Tuesday, July 25, 2006

Meu sobrinho, Bernardo.


5 meses e é a coisa mais linda.

Caminhos Novos

De vez em quando eu olho em volta e acho que estou sempre no mesmo lugar. É frustrante.

A mesma vidinha de sempre, fazendo as mesmas coisas, repetindo os mesmos erros. Vivendo sem viver... pois é, Neruda, quem morre sou eu.

E ai, derrepente, você vira dá só mais um passo e... acontece. O sol brilha de novo e algo brilha diferente, o cheiro do mar, de terra, de chuva, de um doce, um perfume... algum cheiro te chama atenção.

Teu sobrinho nasce.

E o mundo todo começa de novo. Você começa um novo curso, volta para academia, vai procurar o teu caminho e a vida toda começa de novo.


QUEM MORRE?

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos insensatos.
Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda